segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Civilizações Americanas

Depois de muito tempo esperando, nosso grande colaborador Pedro, finalmente contribuiu com nosso blog e nos enviou a matéria que por várias vezes debatemos.

Certo dia me questionei para onde vamos se continuarmos vivendo dessa forma selvagem que temos vivido. Se viveremos tempo bastante para entender o motivo que nos levou a este caos. E por pensar nessas perguntas outras tantas vieram a minha cabeça, com por exemplo, como era a vida há anos atrás. Como viviam as antigas civilizações? E descobri que a ignorância era a mesma, mas os motivos eram bem outros. Hoje apesar da violência ser banal, sem motivo algum, os antigos matavam na busca de mais vidas.

Dessas civilizações antigas, as que me tem chamado mais atenção são as pré-colombianas, principalmente por terem em comum avançados conhecimentos técnicos de matemática, astronomia e arquitetura, e por terem sido dizimadas pelos ignorantes europeus, o que hoje temos como civilizados.

Quando falamos em povos antigos, logo nos vem a cabeça os egípcios, não se pode negar que eram avançados e que muito nos ensinaram, mas o que dizer dos maias, astecas e incas? Esses povos que se estabeleceram tão distantes dos egípcios, mas que também possuíam pirâmides como templos.

Estranho, não?! Povos diferentes, e ao mesmo tempo parecidos. Historiadores afirmam que a América foi povoada por pessoas que migraram da Europa e da Ásia através do Estreito de Bering. Já Espíritas contam que há muito tempo uma civilização muito desenvolvida não correspondeu a evolução moral que lhes fora oferecida e foram banidas de Capella, e foram ‘enviados’ para a Terra. Tais desenvolvimentos fizeram com que os mesmo deixassem sua marca em nosso planeta. Quem nunca ouviu dizer que os antigos povos eram ou foram ajudados por alienígenas?

Verdade ou Mentira? Ainda há muito a ser descoberto.

Mas o intuito desse texto é esclarecer um pouco sobre as civilizações mesoamericanas que ainda causa confusões corriqueiras e também falar um pouco de algo que poucos sabem, pelo menos no meu círculo de amizade. Existiu mesmo uma grande civilização no Brasil?

Localizada na América do Sul, a civilização inca existiu há 1.200 anos atrás onde hoje fica o Peru, mais precisamente Cuzco era a capital do Império Inca. Falavam vários dialetos, mas o idioma oficial era o quíchua. Organizados economicamente de forma parecida com os asiáticos, todos os níveis da sociedade tinham que pagar tributos ao imperador. Por não terem uma moeda própria, a base monetária era o escambo, sendo os produtos de grande valor o cacau e conchas coloridas.Destacavam-se na agricultura, onde acredita-se que cultivavam cerca de setecentas espécies de vegetais como batata, batata doce, milho, pimenta, algodão, milho, amendoim, tomate, mandioca e um grão conhecido por quinua. O sucesso da agricultura estava na forma utilizada: estradas e trilhas que facilitavam uma boa distribuição dos vegetais. Mas todo progresso tem um declínio, e a queda sempre está ligada ao orgulho e a ambição humana. No caso dos incas entre os anos de 1493 a 1527 Huyana Capac assumiu o trono e durante sua gestão houveram diversas guerras que duraram volta de doze anos. Tal fato se deve a crueldade do imperador com o seu povo. E quando o imperador morreu o império já estava desgastado. Para piorar, os filhos de Huyana, Huascar e Atahualpa, travaram uma guerra para suceder, sendo o segundo vencedor. Mas a conquista teve um preço alto. Com o império debilitado, em 1532 os incas tiveram a visita de um homem barbudo que há tempos preocupava os incas, este homem era Francisco Pizarro, conquistador espanhol que aos poucos acabou com a civilizaçõa inca.

Quilômetros acima, onde hoje sabemos que há a America Central, afloraram várias civilizações, na qual se destacaram os Astecas e os Maias. Civilizações contemporâneas, diferenciavam por ser o primeiro um único império grandioso, enquanto o segundo possuíam cidades dispersas.

Sabe-se em relação aos astecas que eram um povo que vivia mais ao norte da América Central, em uma cidade chamada Aztlan (onde hoje fica a capital dos EUA). Sua língua oficial era o nahuatl, que era muito parecida com o idioma apache. Eram um povo seminômade que caçavam e coletavam e eram conhecidos por povos vivzinhos como ‘bárbaros’. A partir do ano de 1168, deixaram a cidade de Aztlan em busca de um sinal visto pelos sacerdortes para então se estabelecerem. Por mais incrível que possa parecer o sinal por eles procurado era de uma águia comendo uma cobra em cima de um cacto em uma pedra em uma ilha. Você consegue visualizar tal cena? Pois é, em 1325 eles visualizaram, e neste local estabeleceram uma grande civilização que impressionou os espanhóis quando estes desembarcaram por lá em 1519. A cidade em questão era Tenochtitlan, uma metrópole com 15 quilômetros quadrados com enormes pirâmides e ligadas as margens por estradas largas entrecortadas por aquedutos e redes de canais. Muita coisa mudou depois de terem estabelecido o povo na região, pois eram semi nômades e agora já possuíam escrita, liam e tinham um conhecimento em astronomia. Mas todo esse avanço não os fizeram esquecer a prática de sacrifícios humanos em cerimônias religiosas, para que a colheita fosse boa e até mesmo para que chovesse. Possuíam um calendário solar, que muitos hoje confundem com o dos maias e possuíam plataformas artificiais de terra para a agricultura. Todo esse avanço e florescimento de uma sociedade que outrora era seminômade acabou com a chegada dos espanhóis, que havia sido profetizada. O imperador asteca Montezuma II dizia não acreditar em tal profecia e para provar que estava certo, jogou uma partida de futebol com o líder de Texcoco – cidade estadoda região - que havia feito tal profecia. O jogo de futebol consistia em uma partida em que deveria acertar uma bola de borracha com as coxas e quadris em aros que ficavam em cima de um campo comprido e retangular. Para infelicidade do povo asteca, o imperador perdeu a partida de 3 a 2, deixando a população amedontrada. Dois anos depois os espanhóis chegaram. Em busca de ouro, Hernan Cortez liderou homens terra adentro massacrando todos que viam pela frente. Montezuma ao ver aquele homem branco e em cima de um cavalo, animal desconhecido do continente americano, pensou que era um deus que havia chegado para protegê-los. Mas tamanha ingenuidade fez com que fosse preso e ficou com fama de traidor. Além do extermínio sangrento por armas de fogo, os espanhóis trouxeram também a varíola. Mesmo assim os astecas reagiam bem, mas o que menos esperavam aconteceu. Um povo vizinho, os tlaxcaltecas, se uniram aos espanhóis e exterminaram de vez os astecas. Após derrotar a população, os espanhóis destruíram todos os prédios e a cultura asteca, fundando por cima das ruínas o que hoje é a Cidade do México.

Os Maias já eram um pouco mais avançados que os astecas. Priorizavam a cultura, tendo um sistema de escrita completo. Mas também criaram cidades enormes com pirâmides e observatórios econômicos. Sendo mais avançados que os europeus em várias ciências. Diferente dos astecas, que foram dizimados pelos espanhóis, os maias praticamente se autodestruíram, com conflitos internos e falta de um império unificado, suas cidades e governos eram dispersos, localizados onde atualmente se encontra algumas partes do México, sem falar na Guatemala, Belize, El Salvador e Honduras. As cidades se apresentavam em volta de praças, com enormes estradas e templos, casas de banho e áreas de esporte também foram encontradas por arqueólogos. Os maias veneravam muitos deuses e a eles entregavam em sacrifícios parte de sua população. Acreditavam que dessa maneira agradariam os deuses e em troca os mesmo lhe presenteariam com boas colheitas e abundância de chuva. Devido a essa devoção aos deuses os maias se destacaram na astronomia, digamos para ter um contato maior e mais próximo, tentando entender o ciclo da vida, que para eles já se passaram três (no primeiro ciclo os homens foram feitas de barro, no segundo de madeira e no terceiro de milho, todos destruídos pelos deuses em fúria com os erros cometidos outrora). Antecipo, com base numa profecia maia, dizendo que o quarto ciclo, atual, será destruído em 21 de dezembro de 2012. Dessa ligação astronômica foi criado o Calendário Maia, dividido em 18 meses de 20 dias e mais um curto de 5 dias, o que dava mais ou menos os 365 dias que temos atualmente. Para aprofundar esse conhecimento astronômico, avançaram também nos estudos matemáticos e de uma linguagem escrita, a mais completa da América Pré Colombiana. Nos códices maias, placas de fibras vegetais cobertas de resina e cal, semelhantes a livros, encontramos este desenvolvimento. Foram registrados mil diferentes caracteres, representando sons e símbolos. Como vemos, apesar da evolução cultural e científica, uma crença desmedida que o sacrifício humano pouparia a população de uma fúria divina mais intensa contribuíram com o início do declínio maia. De certa forma, por não ter um império unificado, como dito anteriormente, facilitou para que os espanhóis não o destruíssem tão rápido, sem contar que muitos espanhóis que por lá pisaram foram massacrados e devorados por tribos mais violentas do interior. Isso fez com alguns espanhóis já chegassem naquela região exterminando os mais, mas o interesse na busca de ouro não poderia esperar, deixando os maias se destruindo aos poucos enquanto avançavam para o interior (civilização asteca) em busca de riquezas. É importante esclarecer que tal fato fez com que a cultura maia ainda sobreviva, em pequenos pontos da região onde povoavam.

Enfim, e não menos importante, séculos depois na América do Sul, mais precisamente na Amazônia Brasileira, no ano de 1925, um coronel inglês, Percy H. Fawcett, que já havia aparecido por esta região várias vezes, colheu informações suficientes e retornou em busca do que acre3ditava ser um grande achado arqueológico, uma cidade perdida a qual batizou, não se sabe por qual razão, de Z. Morreu nessa busca junto com o filho, Jack, e mais um amigo do filho, Raleigh, sem ao mesmo deixar por escrito se encontrou ou não a tal cidade. Algumas cartas enviadas a esposa, dizia que estava bem próximo da sua conquista. Especulações sobre a morte do Coronel e sua equipe tem aos montes, sendo,a mais aceita a de terem sido aprisionados, torturados e devorados por índios canibais na região do Xingú. Mas esses é um mistério que aos poucos vem sendo descoberto. Hoje é sabido, que a tal cidade que Fawcett tanto procurava de fato pode ter existido, mas não da forma como ele imaginava. Por ser uma região plana de floresta sem presença de pedras para grandes construções, é possível que palácios e templos dessa antiga civilização fosse formada de apenas de madeira e barro. Já foi descoberto, até mesmo por satélites, que na região descrita por Fawcett em expedições anteriores a visita fatal, a existência de um complexo caminho de estradas e valetas que poderiam ter sido usadas como proteção. Mais dados sobre tal civilização ainda estão por ser descobertas, mas já se sabe que seu fim foi parecido com as civilizações anteriormente descritas, espanhóis e portugueses que por aqui desembarcaram trouxeram, além de espelhos e outros ‘presentes’ doença, armas de fogo e IGNORÂNCIA.

Bem, assim caminha a humanidade. Grandes impérios foram construídos da destruição de povoados e culturas. Não é muito diferente hoje em dia. Podemos ver isso com os Estados Unidos que parecem ser os donos do mundo, se metendo em guerrilhas que não dizem respeito com interesses obscuros. Não pensem que o Brasil tem sido paparicado à toa. Muitas riquezas naturais existem em nosso solo e isso causa interesse. O mais interessante é o que antes era procurado pelos espanhóis nem deve ter mais em grande abundância, mas sim algo que é primordial a vida não só na terra, mas como em qualquer outro planeta, o oxigênio, que um dia será tão escasso como, pasmem, água potável.

Para mim, não há mistério algum sobre a forma como seremos extintos, como os maias estamos nos autodestruindo, mas de que forma conseguiremos reconstruir o que hoje chamamos, ainda, de casa.

Fonte de pesquisa:

Site: www.pt.wikipedia.com

Revistas: Aventuras na História, Ed. 43 3 74

Livro: Z, A Cidade Perdida – David Grann

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